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Dione Bastos
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Como funcionam as NFTs?

Este artigo foi escrito por Dione Bastos.

Acredito que a maioria já deve ter escutado o termo NFT, ou token não fungível, mas o que será isso hein? 🤔

Para entender o que é algo não fungível primeiro precisamos entender a sua antítese, que seria a fungibilidade. Para isso imagine que você emprestou R$ 100 reais para um amigo seu e no outro dia, ele te devolveu uma outra cédula de R$ 100, porém a cédula estava mais gasta que a emprestada anteriormente - simbolizando que não era a mesma cédula - e mesmo assim você aceita de bom grado, pois a nova cédula também tem o valor de R$ 100 reais.

Percebeu, que mesmo que a outra cédula mude em aparência, número de série, etc. Ela ainda terá o mesmo valor?

Isso se dá porque ela é um bem fungível, uma nota de R$ 100, pode ser divisível por duas de R$ 50, ou quatro de R$ 25 e sempre terá o valor de R$ 100. O que é bem diferente de um bem NÃO fungível, que posso explicar utilizando como exemplo, uma obra de arte.

Imagine agora que essa mesma nota de R$ 100 reais foi transformada em uma pintura por Picasso, ela teria sempre o valor de R$ 100 reais?

NÃO, mas por quê?

Porque ela é única, não existe outra arte de R$ 100 reais pintada por Picasso, apenas aquela. E por isso não é possível garantir que ela sempre terá o valor de R$ 100 reais, alguém em algum lugar do mundo poderia muito bem comprá-la por milhares ou até mesmo milhões de dólares, pelo simples fato de ser algo único e indivisível, além claro, de ter sido pintado por Picasso.

Mas e se a obra de Picasso fosse digital, o que garantiria que alguém fosse lá, copiasse a obra várias vezes, removendo sua originalidade?

É ai que entra a tecnologia das NFTs e da Blockchain. A NFT funciona como um certificado de propriedade digital, que vai ficar vinculado a essa obra de arte e com a ajuda da blockchain irá registrar dados que podem comprovar que Picasso realmente pintou aquela obra. Dentre esses dados posso citar:

  • O endereço da carteira de Picasso;
  • A data e horário da criação da obra;
  • Qual rede ele utilizou para a criação (Ethereum, Matic, Cardano, etc);
  • Quanto pagou pela criação, entre outras coisas.

Alguém mal intencionado pode até copiar a imagem, e gerar um novo NFT, mas ainda sim, não seria o mesmo ativo digital feito por Picasso, pois mudaria seu hash, data de criação e também quem criou aquele ativo.

Desvendando a tecnologia

Agora que você já entende o conceito de não fungibilidade, irei explicar o funcionamento técnico de um NFT e como ela garante que uma mídia digital se torne algo único. Primeiramente precisamos entender que existem dois tipos de NFTs, as Off-Chain e as On-chain.

Off-Chain

Funciona fora da cadeia blockchain, por isso o nome "Off-Chain". Significa que a mídia, seja foto, vídeo, áudio, etc. Não está guardada dentro da blockchain e sim hospedada em algum lugar da internet e a referência da mídia que é salva em uma blockchain. Porém, salvar suas mídias de forma centralizada é extremamente inseguro, problemas acontecem e o servidor onde seus arquivos estão guardados podem parar de funcionar, ou você pode acabar excluindo a mídia por engano, e sua NFT perder totalmente seu fundamento.

Para evitar esse tipo de problema é muito comum, ser utilizado o protocolo IPFS (Sistema de Arquivos Interplanetário) que guarda as propriedades da sua NFT de forma descentralizada e distribuída, ele replica seus arquivos para vários nós na rede, parecido com o sistema do Utorrent. A diferença é que ele utiliza hashs de integridade, para garantir que a propriedade/arquivo da NFT será sempre aquele do momento da criação.

On-chain

Os dados On-chain atualmente não são tão populares para NFTs, e sim para criptomoedas, até então pouquíssimas coleções de NFTs utilizam esse método, pelo fato de ser bastante caro. Mas de fato os dados On-chain são os mais seguros e íntegros, pois os dados estarão guardados de forma imutável.

Verificando as propriedades de uma NFT Off-Chain

Como as NFTs Off-Chain são as mais utilizadas, irei aplicá-las como exemplo, para isso precisamos utilizar um explorador de blocos, o qual é uma interface entre blockchain e o usuário, onde é possível analisar tudo que está acontecendo.

Vou usar como base as NFTs da WEB3DEV, que são enviadas a todos que completam os Bootcamps oferecidos gratuitamente pela comunidade.

Primeiro precisamos acessar o explorador de blocos, para isso iremos utilizar o Polygon Scan, que é o explorador da Polygon Matic, rede responsável pela construção das NFTs da WEB3DEV. Nesse exemplo vou mostrar o background da NFT que ganhei no bootcamp de games NFT.
Image description

A partir da foto podemos analisar algumas coisas interessantes a respeito da NFT.

Transaction Hash - É o endereço de criação do bloco, reponsável pela transação de mint entre o contrato da WEB3DEV e minha carteira;

Timestamp - É a data e horário que a NFT foi "mintada" (termo dado para a criação da NFT);

From - É a carteira destinatária da NFT, no caso a minha;

Interacted With (To) - É o endereço do contrato NFT (smart-contract) com a qual minha carteira interagiu;

Tokens Transferred - É referente ao token id da minha NFT, que no caso é a de número 253;

Transaction Action - Mostra a ação de mint do contrato com a minha carteira;

Transaction Fee - É o valor que custou a transação;

Problemas que as NFTs podem resolver

Existem várias utilidades para NFTs, dentre elas podemos citar:

  • Combate a pirataria;
  • Interação direta entre artista e comprador;
  • Autenticação de documentos;
  • Terrenos Virtuais;
  • Metaverso;
  • Cripto Games;

O céu é o limite, o mercado de NFTs e criptomoedas vem se tornando tão vasto que é praticamente impossível explicar tudo em um único artigo, por isso se você quer aprender mais sobre esse assunto ou quem sabe criar sua própria NFT, aconselho muito a participar da comunidade WEB3DEV, e realizar seus Bootcamps. Bons estudos 😎👏.

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