Esse artigo foi traduzido por Lorenzo Battistela, e pode ser encontrado originalmente aqui.
A governança define como o protocolo é atualizado ("Governança Técnica") e como seus recursos são alocados ("Governança de Recursos''). A governança técnica inclui, em geral, consertar bugs, atualizar parâmetros de sistema e implementar mudanças de larga escala na tecnologia fundamental do protocolo. A governança de recursos inclui, em geral, a alocação de fundos a partir de fontes iniciadas pela comunidade (como a alocação fornecida para a fundação).
A governança técnica é particularmente complexa por causa da coordenação necessária entre os milhares de nós operadores em potencial ao redor do mundo. Cada um desses nós precisa passar pelo processo de atualização para participar da versão mais recente da rede. Os que não o fizerem podem acabar (tentando começar) por rodar em uma chain separada. Logo, é importante que o processo de atualização seja estável e que os nós que são afetados por ele comprem a decisão que foi feita.
Muitos protocolos executam a parte de tomada de decisão da governança off chain , significando que isso ocorre em canais de texto, em pessoa ou através de ligações onde os acionistas principais ou seus representantes decidem o melhor curso de ação. Isso usa a natureza dinâmica da comunicação fluida humana para depurar necessidades maiores, mas também está sujeito a todos os desafios de ter grandes personalidades e estruturas de poder fraco no lugar.
Outros protocolos confiam fortemente na governança na chain (on chain), onde as decisões são explicitamente feitas pelos titulares dos recursos principais do protocolo (tokens) através de um mecanismo de votação online. Isso fornece uma transparência explícita ao redor do processo de tomada de decisões e implementações, mas sofre da necessidade de especificar claramente cada caso. Também existem potenciais problemas vindos da falta de um "senso comum" acerca de algumas decisões, e assim é vulnerável a alguns ataques que um processo fora da chain não enfrentaria.
Princípios de Design de Governança
Aqui está como os principais princípios de design da NEAR se aplicam à governança:
Usabilidade: Os processos de governança devem ser claros e compreensíveis. Mecanismos para ativar a participação e para votação (onde for disponível) devem ser simples e claros. A governança deve ser efetiva e eficiente para que chegue a decisões rapidamente e implemente as mesmas eficientemente. A comunidade de acionistas deve ter voz o suficiente para que apoiem a legitimidade das decisões sem sair ou fazer um fork da plataforma.
Escalabilidade: A governança deve escalar em conjunto com o crescimento do escopo e da complexidade da plataforma, visto que a quantidade de acionistas aumenta em paralelo com o tamanho da participação.
Simplicidade: Os processos mais robustos tendem a ser mais simples, então a boa governança deve evitar processos de engenharia em excesso e reconhecer que às vezes a comunicação entre humanos é a aproximação mais simples.
Descentralização Sustentável: A governança deve permitir a participação de todos os acionistas da plataforma, mas ser resiliente contra as capturas feitas por qualquer um desses ao longo do tempo.
É importante que o design da governança tenha equilíbrio entre eficiência e resiliência. As decisões devem ser feitas e implementadas de maneira eficiente se a plataforma técnica continuar a evoluir o suficiente para prover o melhor valor para os acionistas, mas que a plataforma possa assegurar que não pode ser capturada com o tempo por um grupo particular de acionistas.
Resumo
A governança da NEAR foi feita para prover melhorias eficientes do protocolo ao mesmo tempo em que permite voz suficiente para a comunidade e supervisão para assegurar que o protocolo mantenha sua independência. As metas de longo termo são combinar uma comunidade liderada por inovação com processos de decisão e execução efetivos e receber uma representação própria de cada um dos acionistas principais na rede.
Por exemplo, a comunidade NEAR inicialmente inclui titulares de tokens, validadores, desenvolvedores de aplicações, líderes de comunidade e mais. Cada um desses acionistas tem visões, opiniões e informações diferentes para necessidades chave.
Ter uma representação própria significa que as decisões vão exigir deliberação e discussão, o que pode diminuir a evolução necessária do protocolo se feita sem checagens. Para manter um nível de execução eficiente, uma entidade qualificada é necessária para manter a Implementação de Referência do código do protocolo de base. Esse mantenedor, que é chamado Mantenedor da Referência deve ser selecionado e supervisionado pela comunidade.
Inicialmente, as atividades de governança são coordenadas pela Fundação NEAR, uma entidade independente e sem lucros cuja missão é estar bem alinhada com a melhoria em longo prazo do ecossistema. Essas atividades incluem manter supervisão do Mantenedor Referência, suportar a construção de ferramentas para coordenação da governança, certas distribuições de token e estabelecer as bases para uma governança dirigida pela comunidade.
Governança Técnica
Como uma rede descentralizada, nenhuma entidade pode forçar mudanças para toda a rede NEAR. Quaisquer mudanças feitas para a referência do código base pelos contribuidores devem ser individualmente aceitas pelos nós que são executados na rede.
Também é importante entender o processo principal que é usado para fazer mudanças ao código base, porque esses são os mais prováveis de representar o desejo da comunidade e receber aceitação pelos nós da rede que são parte da comunidade.
A governança da NEAR define um Mantenedor Referência, que é uma entidade responsável por melhorias técnicas para a rede NEAR. Essa entidade foi selecionada para manter a Implementação de Referência e continuar a sugerir melhorias para especificações. Todos os lançamentos estarão protegidos com discussões na comunidade e um processo de veto (período de 2 semanas), enquanto pequenos ajustes de bug podem ser rapidamente entregues para os nós operadores.
Inicialmente, o Mantenedor é selecionado pelo Conselho da Fundação e serve até que o Conselho vote para substituí-lo. Com o tempo, a supervisão do Mantenedor será feita a partir de um processo de eleição com representação da comunidade.
Governança de Recursos
Os recursos que a rede fornece para o Protocolo de Tesouraria são geridos e distribuídos pela Fundação NEAR. Essa fundação opera independentemente e vai prover financiamento estruturado e transparente para projetos e atividades que forem considerados de maior ajuda para a saúde do ecossistema do protocolo. Isso pode incluir projetos técnicos (como o Mantenedor Referência) e projetos não técnicos ou iniciativas que suportam a comunidade em grande parte.
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