o equivoco que mais acontece no mercado.
“Nos dias atuais, estamos no processo de transição para a 5ª geração da tecnologia blockchain, sem mencionar as questões relacionadas às CAMADAS que estão ativas. Com propósitos tanto divergentes quanto convergentes para os extremistas e evangelistas da cultura descentralizada, no entanto, algo que não estava previsto é o comportamento humano.”
“Essa transição está gerando impactos e uma volatilidade em massa, podendo ser analisada em comparação com o mercado tradicional." Podemos fazer um paralelo com o que aconteceu na transição para a WEB2, que desenvolveu diversas metodologias e boas práticas sempre visando o bem-estar do usuário. No entanto, faço uma provocação: por que nos dias atuais da WEB3, não vejo tanta inovação?
O ponto que estou direcionando é que a ingenuidade, quando aliada à ganância, conduz ao desejo pelo ‘pote de ouro’. Isso é observado tanto na análise on-chain quanto off-chain, trazendo fragilidades tanto na hora de investir e fazer trading, quanto na perspectiva de um desenvolvedor que cria seu smart contract. Após a criação, esse desenvolvedor muitas vezes acredita que irá mudar o mundo ou se tornar milionário apenas pela ideia.
“No entanto, na prática, a realidade é bem diferente. Posso falar com autoridade sobre isso, pois passei por essa experiência com a Fitcash, e tentarei descrever de forma sucinta."
Após a criação do ‘TOKEN ERC20’, eu, Tiago, pensei: ‘Pronto, agora é só iniciar as vendas, e em breve seremos grandes, criando nossa própria blockchain’. Porém, logo me deparei com uma série de demandas: questões administrativas, jurídicas, econômicas, necessidades de programação para melhorias, negociações com o comércio internacional (corretoras internacionais), comunidade, marketing, relatórios e documentos.
Cometi o erro de aumentar a equipe sem um direcionamento claro. As pessoas ficaram perdidas, sem entender as funções das tarefas que precisavam ser realizadas. Então, de nada adianta ter um grande número de pessoas se não soubermos manejar as ferramentas e lidar com as demandas necessárias para a sobrevivência do projeto.”
“Entretanto, a questão principal é a seguinte: primeiro, precisei entender todas as fases iniciais e a importância do processo que gera os dados. A partir daí, comecei a construir os documentos e estratégias:
Essência: Quando estamos buscando algo, precisamos de uma bússola que encante e gere impacto nas pessoas. É necessário que faça sentido para elas agregar algo ao seu dia-a-dia por meio do projeto.
Propósito: Qual o propósito por trás da atividade que está sendo realizada e por que desperta o interesse em saber mais sobre o protocolo, de maneira simples ou completa.
Usabilidade UX/UI: O projeto deve ser desenvolvido com base no público que se deseja atingir, de forma a atender aos nativos da web2 e web3, sendo capaz de integrar-se de maneira direta à web2 e, de maneira mais complexa, mas sensível, à web3.
Pesquisas: Validar a existência do problema que pode ser solucionado pelo protocolo que está sendo criado.
White paper: Descrever o projeto com a inovação tecnológica que busca resolver. (Observação: estamos na 3ª Geração de white papers, variando de 2000 a 3000 palavras.)
Yellow Paper: Se houver programação nativa, é ideal construir explicando o funcionamento e a lógica aplicada.
Roadmap(roteiro): Contém a trajetória do projeto, com a maioria dos Roadmaps cobrindo 5 anos ou mais, como o caso do Bitcoin, que já possui uma previsão extensa, mas precisa ser claro sobre sprints e OKRs.
Airdrops ou Faucets: Campanha de distribuição de frações por meio de tarefas. (Conheço bem essa estratégia, pois participei da construção de campanhas de marketing em conjunto com corretoras. A Fitcash alcançou 120 países com essa visibilidade.)
Prova de conceito ou MVP: O protótipo é necessário para aprendizado e revisão de alguns conceitos. O bloco Genesis do Bitcoin foi gerado em 2008, mas passou por mudanças antes de iniciar o bloco 0 novamente.
Visão do projeto ou Prospecto: A visão pode ser fragmentada ou estar em um único documento extenso, contendo dados administrativos de interesse para investidores (holders), que serão a comunidade do projeto.
DAO ou Comunidade: O projeto precisa de adoção, desviando o foco dos iniciadores do protocolo e destacando a tecnologia e a usabilidade. No final das contas, as pessoas, por meio de votos ou derivações, zelarão e implementarão melhorias ao longo de sua vida útil.
Sistemas Complexos: Chegamos ao coração e ao cérebro do projeto, consistindo em uma dinâmica gerada por meio de fluxos que precisam de início, meio, fim e um novo início… formando um loop. Para isso, precisamos amarrar todas as pontas soltas no projeto, visando resolver, com a ajuda de uma arquitetura bem específica na web3 para aplicação.
Incentivos: A premiação por uma tarefa ou grupo de tarefas realizada(s) por um determinado tempo. Como forma de agradecimento, o protocolo emite o incentivo para motivação.
Punições: Aplicadas quando há uma quebra de regra definida pela comunidade ou não aceita pelo protocolo que possui uma lógica de funcionamento.
Blockchain: Vejo erros na escolha da blockchain, o que afeta o desenvolvimento e o uso do protocolo. Portanto, é importante entender se a blockchain desejada atende às necessidades do projeto.
Tokenomics: O fluxo econômico, que consiste na maioria das vezes em distribuir para iniciadores, programadores, colaboradores, campanhas de adoção e vendas para captação e desenvolvimento do projeto. Observação: 80% a 90% precisa permanecer no pool original, evitando riscos de manipulação inicial do projeto para dump/pump de alguns holders.
Smart Contract Ou Token Nativo: Quando se fala de tokens, pode ser Contrato Inteligente (Smart Contract) ou Token nativo com sua própria blockchain. Ambos precisam ser desenvolvidos de maneira eficiente para atender ao propósito criado, podendo ser Fungível ou Não-Fungível.
Interface: O usuário não é obrigado a saber como utilizar uma metamask ou entender de auto-custódia no comércio. No seu cotidiano agitado, isso consome muito tempo. Portanto, ao pensar no Front-end, devemos considerar o “Fator Idiota”, fazendo um crossover com o mundo das startups.
Teoria dos Jogos ou Gamificação: Aqui, é necessário entender a diferença entre o fluxo (sistemas complexos) e a jornada do usuário (Teoria dos Jogos), que busca engajar a comunidade, gerar oportunidades de crescimento em várias esferas, como negócios (criação e uso de novos protocolos), networking entre a comunidade e pesquisas para a melhoria do projeto.
Necessidade: Qual o tipo de token e direcionamento que será aplicado? Será de utilidade, imobiliário, governança, reputação, não-fungível? Claro, citei alguns aspectos dentre inúmeros que já existem no ecossistema web3.
Protocolo ou Build: Decidimos a dinâmica ou lógica de funcionamento, pensando nas funções que o projeto conterá e nos meios de segurança que adotaremos.
Leis (Laws) Econômicas: A parte jurídica é sensível e requer cautela e responsabilidade no desenvolvimento. Se o token for criado no País X, mas houver usuários no País Y, os iniciadores do projeto são responsáveis pela jurisdição onde ocorreu a infração.
Regularização: É a verificação se o projeto se trata de um Utility ou Security, aplicado por meio de documentos que proporcionam segurança para investidores tradicionais ou fundos de investimento, que desejam participar das fases iniciais, contribuindo com pagamentos aos envolvidos ou custos operacionais.
Descentralização: O projeto pode começar com um grupo de pessoas, mas deve caminhar para a descentralização progressiva nas atividades. Assim, os iniciadores deixarão o foco e a prova real será o impacto que faz as pessoas abraçarem o projeto com unhas e dentes. Isso ocorre em grandes comunidades.
Teste Howey: Realizado por meio de quatro perguntas: (1) Há um investimento de dinheiro? (2) Em uma empresa comum? (3) Com expectativa de lucro? (4) Derivado dos esforços de outros? Com base nas respostas, os órgãos responsáveis pela segurança econômica emitem autorização ou dispensa do valor mobiliário, evitando golpes econômicos no país.
Tributação: Geralmente, as pessoas acham que não precisam pagar tributos, mas isso é um equívoco. Se estiverem atuando em um país que cobra tributos ou exige declarações de alguma forma, é necessário realizar o pagamento dos impostos, concordando ou não com essa necessidade.”
Conclusão:
“Agora que passei por cada tópico do mapa que criei para entender que não se trata apenas de criar um token, mas sim de um processo complexo que envolve muitos dados e trabalho em várias frentes. Tenho percebido muitas fragilidades em alguns dos tópicos mencionados anteriormente, sendo que o grande potencial para falhas reside na distribuição inadequada de Tokenomics ou na documentação com lacunas e falta de entendimento transmitido de forma didática para o mercado como um todo.
Então, como posso começar? Eu recomendo focar inicialmente na parte documental e explorar ao máximo as possibilidades. Aplicar filtros até chegar a algo concreto. Porém, é importante ressaltar que isso não se assemelha a seguir uma receita de bolo, onde se copia e automaticamente dá certo. Requer bastante estudo e testes com protótipos.
Minha busca diária é agregar ao ecossistema que está em crescimento. No entanto, assim como qualquer início em direção ao meio do processo, se considerarmos a linha do tempo, mal chegamos à etapa inicial do mundo web3. Em cerca de 10 anos, é um período relativamente curto para atingir uma maturidade (meio do processo). O oceano de oportunidades ainda está aberto, mas para evitar um destino semelhante à história do navio Shackleton que afundou, é necessário cautela.
Na maioria das vezes, apenas a vontade de transformar um sonho em realidade não é suficiente. É crucial compreender os caminhos que estão sendo buscados para navegar e, assim, mitigar o máximo de riscos possível. Mesmo que as pessoas que venham a se envolver no projeto de alguma forma não precisem ter o mesmo entendimento que os iniciadores, é possível uma evolução natural ao longo do tempo.”
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